(De Uma Conversa Com Nua Estrela)
Tenho a sorte de não ter sorte, pois se a tivesse por sina
Pouco sobraria de meu desejo insano, da fúria assassina.
Ah, a sorte, simplista e inocente, pura e inconsequente
Vaticina que é dor, uma dor que a gente nunca sente.
E se por sorte entendemos o que é convergência pura
Realidade que converge de fatos de realidade segura.
Ah, sim, por sorte não sou um sujeito que comigo a tenha
E apenas por um golpe de sorte, espero que nunca venha.
A sorte é a rima da morte, por decreto do incerto
E preconizo que elas nunca me estejam por perto.
Mas, enfim, por sorte ainda tenho o dom ou a ironia
Vingança que seja, mas que ainda chamo de poesia.
10/10/2014

Do Livro:
“Troco Poesia Por Dinamite“
Editor’A Barata Artesanal, 2014
Barata, nascido Luiz Carlos, no dia do Anti-Natal do ano da Graça do nascimento de Bruce Dickinson, Madonna, Michael Jackson, Cazuza e Tim Burton, é poeta, romancista, ensaista e contista, além de produtor de eventos e artista plástico. Cresceu escutando Beatles, Black Sabbath, Rush e Pink Floyd. Participou da geração mimeógrafo nos anos 1970, mas quando chegaram os filhos deixou de ser poeta e foi tentar ser homem, o que no entender de Bukowski é bem mais difícil. Trabalhou como office-boy, bancário e projetista de brinquedos. Apesar de ter escrito milhares de textos nunca ganhou um prêmio literário. Foi apaixonado por Janis Joplin, Grace Slick e Patti Smith; casou quatro vezes e Atualmente procura pagar as contas trabalhando com criação de sites, edição e diagramação de livros e arte digital.