E eis que o poeta enlouqueceu, com uma navalha na mão
Enlouqueceu o poeta, e não havia mais ar em seu pulmão.
Ah, pobre poeta enlouquecido, que tinha mãe, pai e gatos
Poeta pobre que não tinha casa onde morar, apenas fatos.
Então, eis que enlouqueceu o poeta, e dentro da loucura
Achou a solução, que era amarga feito remédio que cura.
E encontrou na morte o poeta, que tanto desejou o viver
E foi ali que sua loucura encontrou a forma de sobreviver.
E era morto o poeta, mas tão morto quanto todos estamos
Da morte é que somos, na morte vivemos e dela restamos.
E o poeta tendo no bolso uma navalha sangrenta enlouqueceu
E foi tanto que da morte e seu remédio amargo ele esqueceu.
12/10/2014

Do Livro:
“Troco Poesia Por Dinamite“
Editor’A Barata Artesanal, 2014
Barata, nascido Luiz Carlos, no dia do Anti-Natal do ano da Graça do nascimento de Bruce Dickinson, Madonna, Michael Jackson, Cazuza e Tim Burton, é poeta, romancista, ensaista e contista, além de produtor de eventos e artista plástico. Cresceu escutando Beatles, Black Sabbath, Rush e Pink Floyd. Participou da geração mimeógrafo nos anos 1970, mas quando chegaram os filhos deixou de ser poeta e foi tentar ser homem, o que no entender de Bukowski é bem mais difícil. Trabalhou como office-boy, bancário e projetista de brinquedos. Apesar de ter escrito milhares de textos nunca ganhou um prêmio literário. Foi apaixonado por Janis Joplin, Grace Slick e Patti Smith; casou quatro vezes e Atualmente procura pagar as contas trabalhando com criação de sites, edição e diagramação de livros e arte digital.