Dormes enquanto escrevo sentimentos de destruição
Alheia ao que nos cerca, um mundo de prostituição
E enquanto dormes eu morro de tristeza e de agonia
Certo que amanhã de manhã não haverá mais poesia.
Enquanto dormes olho tua bunda e bato uma punheta
Alheio ao teu desejo, seguro feito pinto minha caneta
E enquanto dormes e sonhas com dois putos te fodendo
Me masturbo pensando que amanhã estarei te comendo.
Dormes enquanto eu sofro, sonhas enquanto escrevo
E se não morres do meu remédio outro a ti prescrevo
Sou o senhor do reino de Hades, subterrâneos da morte
Coração de ferro, entranhas de bronze e o braço forte.
Mas ainda dormes e eu ainda sofro, um poeta patético
E se não morro nem mato escrevo, o profeta esquelético
Corroído por dilemas noturnos e os silogismos de páthos
E me debato entre a crítica lógica e a glória de Thánatos.
16/02/2014

Do Livro:
“Troco Poesia Por Dinamite“
Editor’A Barata Artesanal, 2014
Barata, nascido Luiz Carlos, no dia do Anti-Natal do ano da Graça do nascimento de Bruce Dickinson, Madonna, Michael Jackson, Cazuza e Tim Burton, é poeta, romancista, ensaista e contista, além de produtor de eventos e artista plástico. Cresceu escutando Beatles, Black Sabbath, Rush e Pink Floyd. Participou da geração mimeógrafo nos anos 1970, mas quando chegaram os filhos deixou de ser poeta e foi tentar ser homem, o que no entender de Bukowski é bem mais difícil. Trabalhou como office-boy, bancário e projetista de brinquedos. Apesar de ter escrito milhares de textos nunca ganhou um prêmio literário. Foi apaixonado por Janis Joplin, Grace Slick e Patti Smith; casou quatro vezes e Atualmente procura pagar as contas trabalhando com criação de sites, edição e diagramação de livros e arte digital.